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GOSTO E NÃO GOSTO

 

Gosto de rir à gargalhada no meio do nada. Gosto do silêncio e da agitacão. Gosto de um bom vinho e de uma agradável conversa.Gosto de acordar cedo sem ter medo.Gosto de escrever e de ler. Gosto de trabalhar sem me zangar. Gosto dos meus amigos e da minha família. Gosto de mim e de pudim. Gosto de observar o mar.Gosto de nadar.Gosto de poesia e da maresia. Gosto da cidade e do campo. Gosto de andar descalço.Gosto da minha profissão. Gosto de acordar de manhã com cheiro a café. Gosto de estar à lareira. Gosto do cheiro a terra molhada e de me rir à gargalhada. Gosto de ouvir música. Gosto de fado. Gosto de cantar no chuveiro.Gosto de ouvir o galo da vizinha a cantar pela manhã. Gosto de animais e do chilrear dos pardais. Gosto do pão da padeira que passa à minha beira. Gosto de pessoas simpáticas. Gosto do passeio e do recreio. Gosto de pessoas educadas e bem humoradas.

 

Nao gosto de pessoas curiosas e invejosas que se metem na vida alheia quando têm a casa cheia.Nao gosto de pessoas que criticam quando não sabem fazer melhor.Não gosto de impostos nem de impostores. Não gosto de obrigações nem de empurrões. Não gosto que falem nas costas dos outros à minha frente. Não gosto de gente que não tem mais nada para fazer do que me aborrecer. Nao gosto de gente que não tem vida própria e metem-se na vida dos outros.Não gosto de tristezas. Não gosto de acordar a meio da noite. Não gosto de politica. Não gosto que me telefonem e perguntem onde estou. Nao gosto de doenças nem de crenças. Não gosto de competiçao nem de feijão. Não gosto do frio. Não gosto da saudade nem da maldade. Não gosto de ladrões nem de prisões. Nao gosto de conflitos, nem de atritos, nem de gritos, nem de "palitos"...    

                                                                                                                            Bernardino Pacheco

 

 

 

Espera

 

A flor esperou pela primavera

Para florescer

O fruto pelo verão

A folha, no outono,

Esperou e depois voou.

Eu esperarei por ti

Até que o inverno

me leve num sono eterno.

 

Bernardino Pacheco, Tentativas poéticas 

21 de março de 2014 - Dia Mundial da Poesia

Escrevo um poema

 

Entre palavras vãs e aprontas

Apaguei a palavra tristeza

E ela azulou.

(…)

Porções de palavras

saltaram para o papel.

(…)

Compus a palavra AMOR

Um AROMA de maresia

Invadiu o meu espaço

E no papel onde rabisco

Apareceu a palavra SAUDADE

Mergulhada nas ondas

Que miramos juntos…

 

Bernardino Pacheco, 3/2014

Vida

 

Nascemos

Crescemos

Morremos.

 

Nesta vida

Em que vivemos

Oh, vida da minha vida!

Minha vida quero viver

Se não viver esta vida

Que outra vida vou viver?

Ao fechar os meus olhos

Nesta vida que vivi

Jamais quero que esqueçam

Digam que renasci.

 

                Bernardino Pacheco

 

SURPREENDE-ME

 

 

Surpreende-me

 

nas manhãs chuvosas

 

nas tardes sombrias

 

nas noites rugosas

 

nos dias parcos e fracos.

 

 

Surpreende-me

 

Com o teu olhar!

 

Calcorreia em mim

 

cada gesto teu.

 

Leva-me ao infinito

 

num único sopro

 

(...)

 

Bernardino Pacheco, 4/2014​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​

 

 

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